segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Virtude

O Homem é uma criatura ética e estética, sendo precisamente nestas duas caracteristicas humanas que se desenvolvem as Virtudes. A aspiração ao belo e puro leva-o a transcender-se, aperfeiçoando técnicas e afinando a sua percepção do mundo envolvente. No entanto nem sempre o conhecimento traz sabedoria, a abastança caridade, o sucesso a humildade e a educação a compaixão. Acima de tudo o Homem deve guardar humildade em todos os momentos da sua vida, tão frágil quanto uma folha ao vento. De um pintor que consiga executar um quadro de extrema beleza diremos que é virtuoso sem olhar ao seu carácter que pode ser licencioso permitindo-se todo o tipo de vícios e abusos ao corpo psico-somático, o que será um contrasenso. Invertamos agora as premissas anteriores. Que dizer de um Homem que embora demonstre possuir virtudes como a temperança, a caridade, a humildade e talvez a sabedoria não foi agraciado nem com a beleza fisica nem com qualquer dom artistico? Será este Homem menos virtuoso pelos elementos em falta? A consciência diz-nos que não! Apontando como identificador principal de Virtude um cáracter imaculado e irrepreensível. Olhemos agora o caso de um Homem que apesar de caridoso e sábio não é modesto, executando actos de caridade para que outros vejam e prodigalizando conselhos ou opiniões verdadeiramente acertados e sábios só para se auto-promover e conseguir o aplauso do público, diremos ainda assim que é virtuoso? Dificilmente! O individuo sempre tende a achar que os outros são tão maus quanto ele próprio medindo com a sua própria medida e espelhando no seu semelhante vícios e faltas que a ele lhe assistem e que por força de não querer reconhecer em si as transfere para qualquer objecto psicológico que lhe seja externo, acreditando assim libertar-se do erro e do sentido de culpa por não estar sózinho, se todos o fazem não pode estar errado cogita de si para consigo mesmo. É por esta razão que elejo a Humildade como a principal virtude. A humildade sempre desculpa as faltas alheias, a humildade sempre encontra o que fazer de productivo, não enjeita trabalho, não reclama, sempre encontra o lado positivo dos acontecimentos e acredita não ser a causa primária do bem que practica, passando todos os elogios que receba para Deus, o Supremo Bem a quem todas as coisas pertencem. Cultivemos pois a humildade a partir de hoje para podermos ser virtuosos amanhã. Façamos como diz S. Francisco de Assis, o possível, depois o que nos compete e quando dermos por nós estaremos a fazer o impossível.