terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Porque é que os cães não podem jogar poker?



A primeira lição de estratégia de que me lembro foi-me dada pelo meu pai num café do século passado duma aldeia perdida na Beira como diria o outro. Nesse café, em tudo igual a qualquer outro, um elemento se destacava, bem na verdade eram dois se contarmos com o facto dos proprietários não parecerem envelhecer...

Seja como for, o estabelecimento tinha pendurado numa das suas paredes um quadro que sempre me chamou a atenção. Trata-se de um suposto jogo de poker entre cães semelhante ao da imagem. Um dia o meu pai decidiu fazer-me a derradeira pergunta, tantas vezes repetida posteriormente quando me esquecia das lições daquela tarde longinqua: Filho, sabes porque é que os cães não podem jogar poker?

Porque são animais irracionais! Respondi. Sim, é verdade mas imagina que isso era possível, supõe tu que os bichos se conseguem sentar à mesa de jogo, beber, fumar e segurar nas cartas, o que é que aconteceria? Perante o meu olhar atónito, veio a resposta finalmente: Os cães não podem jogar poker porque quando têm um bom jogo denunciam-se ao abanar a cauda de alegria.

Assim é na verdade velho Beirão! Numa vida tão competitiva como a que vivemos não basta trabalhar para ter uma boa ideia ou mesmo desenvolve-la, é necessário não alertar a concorrência para as "cartas que temos na manga".

O livro "Arte da Guerra" advoga o mesmo príncipio: A guerra é a arte do engano. Por isso sempre que fordes capazes, parecei incapazes. Sempre que estiverdes prontos, aparentai não estardes. Quando estiverdes próximos, parecei distantes, e quando, estiverdes distantes, parecei próximos. Se o inimigo procura uma vantagem, fazei dela um engodo. Se ele for formidável, preparai-vos contra ele. Se ele for forte fugi dele. Se ele for colérico, provocai-o. Se ele for humilde, encorajai a sua arrogância. Atacai onde ele não estiver preparado, ide por caminhos que ele não imaginaria que ousásseis.

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